Jovem junto à sepulturas de 70 crianças, mortas por má nutrição no campo de refugiados de Dadaab, no Quénia (Julho de 2011) - Fonte: wikimedia commons
As agências humanitárias que trabalham no maior campo de refugiados do mundo, situado do Quénia, alertam para o risco de vida que correm dezenas de milhares de pessoas por não haver fundos para enfrentar os serviços essenciais.
Oito organizações, incluindo as britânicas Oxfam e a Save the Children, dizem que têm um défice de 25 milhões de dólares para enfrentar apenas o que é mais urgente, mas "a necessidade é maior que nunca".
Dadaab fica perto da fronteira com a Somália e, actualmente, é o lar de meio milhão de pessoas, a maioria da Somália. A sua população aumentou um terço em relação ao ano passado, devido ao afluxo de milhares de somalis que fugiram da seca e violência do seu país.
As agências de ajuda humanitária dizem que são necessários 30000 novos abrigos (só há dinheiro para 4000) e o abastecimentos de água e saneamento para mais de 50 mil refugiados, que correm elevado risco de contraírem cólera.
Muitas pessoas vivem em abrigos provisórios que não resistem às condições meteorológicas da região, e os campos são apenas soluções temporárias. As agências sublinham que é necessário construir alojamentos e estruturas mais resistentes, que possam dar abrigo e uma forma de vida a longo prazo aos refugiados.
“Os campos são apenas soluções temporárias e a situação está a tornar-se insustentável. Estes fundos são necessários – imediatamente – para salvar vidas. O mundo tem a obrigação de não virar as costas a Dadaab e às necessidades destas pessoas", disse o director da Oxfam no Quénia, Nigel Tricks.
De acordo com Stephen Vaughan, director da CARE no Quénia, as pessoas que fugiram em grande sofrimento não estão a receber os cuidados de que necessitam. Esta situação envolve custo em vidas humanas e também custo para a segurança na região. "Se as crianças não vão à escola e se as pessoas não têm abrigos condignos e outros serviços básicos, a situação actual tem o potencial para alimentar ainda mais a instabilidade, a violência e a militarização", sublinhou.
Fonte: Publico.pt / BBC news / CARE International
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