A rã-de-olhos-vermelhos (Agalychnis callidryas) é uma espécie de rã arborícola, nativa das florestas tropicais da América Central - Fonte: wikipédia
Um novo estudo sugeriu que a biodiversidade de metade das áreas tropicais protegidas está ameaçada, o que é preocupante, pois muitas áreas protegidas constituem o último refúgio para algumas espécies ameaçadas e ecossistemas naturais.
No estudo publicado na revista científica Nature, os especialistas estudaram mais de 30 categorias diferentes de espécies - desde árvores e borboletas a primatas e grandes predadores - dentro de 60 áreas protegidas em 36 países tropicais na África, Ásia e América do Sul. Para isso, entrevistaram 262 biólogos que trabalham nestas reservas, questionando sobre indicadores que pudessem medir a saúde da reserva.
Os resultados revelam que as áreas protegidas e os seus ambientes circundantes estão intimamente relacionados e que, para garantir a conservação de espécies na reserva, é preciso também preservar o que está à sua volta.
Muitas áreas protegidas nos trópicos estão vulneráveis à invasão humana e ambiental. Os autores dizem que a perturbação florestal, a caça e exploração de madeira são grandes causas do declínio da biodiversidade.
A situação deteriorou-se rapidamente, especialmente nas reservas africanas, mas também é preocupante em muitas partes das florestas amazónicas da América Central.
Entre os animais mais ameaçados estão predadores, como jaguares e tigres, e mamíferos grandes, como elefantes e rinocerontes.
As florestas tropicais são as áreas mais ricas do planeta em diversidade biológica. A sua rápida destruição provavelmente causa mais dano à biodiversidade global que qualquer outro fenómeno actual.
De acordo com os especialistas, embora os esforços de proteção tenham aumentado nas últimas três décadas, limitando ameaças como desflorestação, fogos e caça dentro das reservas, o mesmo não aconteceu fora delas. Cerca de 85% das reservas observadas perdeu cobertura florestal à sua volta e apenas 2% aumentou a floresta.
Para a equipa, chefiada pelo Prof William Laurance da James Cook University, Austrália, "as actividades humanas fora das áreas protegidas tiveram impacto dentro dessas mesmas áreas. Não é suficiente proteger as reservas de biodiversidade, ignorando os habitats circundantes, que estão a ser rapidamente desflorestados, degradados e a sua fauna e flora exploradas de modo insustentável". Fonte: BBC
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