Mapa com a distribuição global de hidrogénio na superfície do asteróide gigante Vesta, obtido a partir dos dados da sonda Dawn. A abundância de hidrogénio é apresentada numa escala de cores do arco-íris. O vermelho indica as maiores abundâncias de hidrogénio; violeta indica o mínimo. Um conjunto de linhas a tracejado indica o contorno da maior bacia de impacto em Vesta, conhecida como Rheasilvia. A segunda maior bacia, Veneneia, é apresentada com outra linha ponteada - Crédito: NASA/JPL-Caltech/UCLA /PSI / MPS/DLR/IDA
Os resultados revelaram que o gigante asteróide Vesta tem hidrogénio na superfície, numa ampla zona à volta do seu equador.
Embora a sonda não tenha encontrado gelo de água, encontrou evidências de hidróxidos e minerais hidratados, provenientes de meteoritos, na química e geologia de Vesta.
De acordo com os cientistas, o hidrogénio detectado no asteróide tem origem nos minerais hidratados deixados por rochas espaciais, ricas em carbono, que colidiram com Vesta a velocidades baixas o suficiente de modo a preservar o seu conteúdo volátil.
A análise dos dados de Dawn permitiu também descobrir "terrenos esburacados" estranhos, no interior e perto de crateras de impacto. A explicação mais provável para estas "depressões" na superfície é que elas se formaram durante a libertação do vapor de água, quando o material é aquecido por impactos.
Perspectiva da cratera Marcia (70 Km de diâmetro), uma das mais jovens grandes crateras de Vesta, mostrando o exemplo melhor preservado de "terreno esburacado", uma descoberta inesperada nos dados da missão Dawn, da NASA -Crédito: NASA / JPL-Caltech / UCLA / MPS / DLR / IDA / JHUAPL
Os cientistas pensaram que Vesta poderia ter gelo de água nos pólos. No entanto, ao contrário do que se passa na Lua, o asteróide gigante não tem áreas polares permanentemente sombreadas. Apenas as regiões próximas do equador mostraram indícios de hidrogénio, onde o gelo de água não é estável.
Em alguns casos, outras rochas espaciais podem ter colidido com estes depósitos mais tarde. Nas colisões a altas velocidades, o calor gerado foi suficiente para libertar a água contida no interior dos minerais hidratados.
O "terreno esburacado" observado pela missão Dawn em Vesta, também foi visto em Marte, pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter. As morfologias de poços são semelhantes em ambos os corpos. A imagem da esquerda mostra o chão de uma cratera marciana chamada Zunil, com cerca de 10 quilómetros de diâmetro. A imagem à direita mostra o fundo da cratera Marcia de Vesta - Crédito: NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/MPS/DLR/IDA/JHUAPL
A saída da água, em forma de vapor, pode ter sido suficientemente explosiva para deixar "buracos" à medida que escapava para o espaço. Alguns dos buracos deixados na superfície de Vesta podem atingir um quilómetro de diâmetro e cerca de 200 metros de profundidade.
De acordo com os cientistas, "estes resultados fornecem evidências da existência de materiais hidratados e também do importante papel que tivéram na formação da geologia do asteróide e da superfície que se conhece actualmente".
Fonte: NASA
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