Nebulosa do Lápis, também conhecida por NGC 2736, é um resto de forma estranha que resultou da explosão de uma supernova. A imagem foi obtida pelo instrumento Wide Field Imager montado no telescópio MPG/ESO de 2.2 metros, instalado no Observatório de La Silla do ESO, no Chile - Crédito: ESO
A nova imagem da Nebulosa do Lápis, obtida no Observatório de La Silla do ESO, no Chile mostra que o Universo não é um local tranquilo. No seu ciclo interminável de vida, as estrelas nascem e morrem e, por vezes, a morte de uma delas cria objectos cósmicos fantásticos quando a matéria é lançada para o espaço, formando estranhas estruturas no céu.
A Nebulosa do Lápis, a cerca de 800-luz da Terra, é uma dessas figuras que faz parte de um enorme anel de restos deixados por uma explosão de supernova, que teve lugar há cerca de 11 000 anos, na constelação austral da Vela.
Os filamentos mais brilhantes foram criados pela morte violenta de uma estrela, e parecem formar um lápis, daí o seu nome, mas toda a estrutura tem mais a forma tradicional de uma vassoura de bruxa.
Os restos de supernova da constelação da Vela formam uma concha em expansão, com origem numa explosão de supernova. Inicialmente a onda de choque deslocou-se com uma velocidade de milhões de quilómetros por hora, mas foi travada consideravelmente ao atravessar o gás entre as estrelas, criando pregas de nebulosidade com formas estranhas. A Nebulosa do Lápis é a zona mais brilhante desta enorme concha.
Visão do céu à volta da Nebulosa do Lápis, onde se observam os filamentos azuis do resto da supernova da Vela, o brilho vermelho das nuvens de hidrogénio e inúmeras estrelas. É uma imagem a cores composta, obtida a partir de exposições do Digitized Sky Survey - Crédito: ESO/Digitized Sky Survey 2Acknowledgment: Davide De Martin.
Esta nova imagem mostra enormes estruturas filamentares, pequenos nós brilhantes de gás e zonas de gás difuso. A aparência luminosa da nebulosa resulta de regiões densas de gás atingidas pela onda de choque da supernova. À medida que a onda de choque viaja pelo espaço, vai interagindo com o material interestelar.
Inicialmente, o gás é aquecido a milhões de graus, mas depois arrefece progressivamente e ainda está a emitir um brilho fraco, captado nesta nova imagem. As diferentes cores da nebulosa indicam aos astrónomos as temperaturas do gás. As zonas mais quentes brilham a azul devido à emissão de átomos de oxigénio ionizado. Outras regiões mais frias brilham a vermelho, devido à emissão do hidrogénio.
A Nebulosa do Lápis mede cerca de 0.75 anos-luz de um lado ao outro e desloca-se no meio interestelar a cerca de 650 000 quilómetros por hora, mudando notoriamente a sua posição no céu relativamente às estrelas de fundo, durante o período de uma vida humana.
Fonte: ESO
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