Elefante africano fêmea e cria - Crédito: wikipédia
No Parque Nacional Garamba, no Congo, foi encontrado um grupo de 22 elefantes mortos, incluindo crias, muitos deles mortos com uma única bala na cabeça. Todo o marfim tinha sido retirado dos elefantes adultos, mas a carne não, o que leva a crer que o motivo nada tem a ver com a falta de alimentos.
Funcionários do parque, cientistas e autoridades congolesas acreditam que o exército do Uganda – um dos parceiros mais próximos dos Estados Unidos na África - foi o responsável pela morte dos elefantes, tendo levado mais de um milhão de dólares em marfim. Alguns dias após o massacre, os guardas do Parque viram um helicóptero militar de Uganda voando baixo pela área, e que se afastou quando foi detectado.
O massacre de elefantes africanos está a tomar proporções muito elevadas. Os grupos conservacionistas dizem que os caçadores ilegais exterminam dezenas de milhares de elefantes por ano, mais do que nas últimas duas décadas.
A maioria do marfim ilegal – segundo especialistas, cerca de 70% -- vai para a China. Esta procura do marfim alimenta o comércio ilegal e financia guerrilhas na África Central. Alguns dos mais conhecidos grupos armados da África caçam elefantes e usam as suas presas para comprar armas, ajudados pelas mafias do crime organizado que transportam o marfim por todo o mundo, usando a corrupção e explorando todas as falhas existentes nos países.
De acordo com um relatório de 2010, do cientista americano John Hart, um dos maiores especialistas em elefantes no Congo, os militares congoleses estão implicados em quase todas as caças ilegais de elefantes. Até os próprios guardas do Parque os caçam ilegalmente e explicam que os salários são baixos para sobreviverem.
As grandes populações de elefantes da África Ocidental já desapareceram, e agora é a vez do Centro e Leste. A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) estima que existam entre 472.269 a 689.671 indivíduos, mas é uma informação de 2006. A caça ilegal aumentou drasticamente desde então.
O Parque Nacional Garamba foi criado há mais de 70 anos, em 1938, em parte para proteger a última população selvagem conhecida no mundo dos raros rinocerontes brancos do norte. No entanto, nas últimas décadas, com a instabilidade do Congo, os caçadores entraram no parque e os rinocerontes brancos já não são vistos há cinco anos.
Este parque é um dos mais velhos de África e foi designado Património Mundial da UNESCO, em 1980. Devido à caça ilegal dos rinocerontes dentro do parque, ele foi adicionado à lista de Património Mundial em Perigo, em 1996.
Garamba já teve 20 mil elefantes e no ano passado eram apenas 2.800. Está situado na África Central, rodeado dos países mais problemáticos do mundo e onde a caça ilegal prevalece no seu máximo. Que futuro têm os elefantes? O mesmo que os rinocerontes brancos?
Fonte: ÚltimoSegundo e The New York Times
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