Diabos-da Tasmânia mais agressivos, mordem mais e mais facilmente são infectados com o mortal cancro facial, altamente contagioso - Crédito: wikipédia
A agressividade dos diabos-da-Tasmânia, no sul da Austrália, está a facilitar a propagação dos tumores faciais, que são mortais e levaram a espécie à beira da extinção.
Investigadores da Universidade de Tasmânia descobriram que os animais menos mordidos por outros, os mais agressivos, têm mais tendência a infectar-se com este tumor mortal que outros exemplares mais pacíficos.
De acordo com Rodrigo Hamede, autor do artigo publicado na revista da Sociedade Ecológica Britânica, os diabos agressivos infectam-se ao morder os tumores de outros animais menos agressivos. Evoluir para se tornar menos agressivo pode ser a chave para salvar o diabo-da-Tasmânia.
Os pesquisadores estudaram cerca de 300 exemplares da região de Cradle Mountain, da ilha de Tasmânia, entre os anos 2006 e 2010. Verificaram que os diabos infectados tinham entre 0 e 4 mordeduras, enquanto os saudáveis apresentavam entre 5 e 15, mostrando que reagiram e morderam menos, o que os pode ter salvo do contágio da doença, que é 100% mortal. A doença gera tumores faciais que crescem e impedem o animal de se alimentar e é altamente contagiosa.
A alta taxa de mortalidade devido a estes tumores representa uma "pressão adicional" na população de diabos-da-Tasmânia, e por isso os cientistas esperam que o processo evolutivo acelere para permitir que estes animais carnívoros diminuam a sua agressividade e que a doença seja menos virulenta. Os diabos precisam "aprender a coexistir com a doença".
Se não for encontrada uma cura para este tipo de cancro, os diabos-da-Tasmânia podem desaparecer dentro de 25 a 35 anos. Actualmente, eles estão incluídos na lista nacional de animais em perigo de extinção, da Austrália, e também na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
Fonte: El Mundo
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