O grupo de ilhas Santorini elevou-se entre 8-14 cm. As zonas mais deformadas estão a vermelho - Crédito: M. Parks
As ilhas de Santorini, no sul do Mar Egeu, elevaram-se entre 8 e 14 centímetros, desde Janeiro de 2011, segundo dados confirmados pelo satélite Envisat, da Agência Espacial Europeia (ESA) e satélite alemão TerraSAR-X.
O arquipélago vulcânico de Santorini, para além da ilha principal, com o mesmo nome e em forma de meia lua, tem na sua proximidade diversos ilhéus, formando um grupo quase circular de ilhas, vestígio da grande erupção que despedaçou a ilha há cerca de 3600 anos, formando uma grande cratera, ou caldeira, actualmente inundada pelo mar.
Nos últimos 2000 anos, Santorini tem mostrado padrões de comportamento diferentes, com pequenas erupções de lava a cada poucas dezenas ou centenas de anos, construindo lentamente um novo cone vulcânico a partir do fundo do mar.
A ilha Nea Kameni, situada no meio da grande cratera inundada de Santorini, é o topo do novo vulcão e um dos destinos preferidos dos turistas, que procuram as suas águas termais e cratera vulcânica que ainda apresenta emanações sulfurosas. Teve a sua última erupção em 1950.
As deformações das ilhas Santorini ocorreram depois de uma série de movimentos sísmicos entre Janeiro e Abril do ano passado.
Segundo um estudo publicado esta semana na revista Nature Geoscience, os cientistas descobriram que todo o grupo de ilhas subiu lentamente e movendo-se para fora - quase sistematicamente à volta de um ponto a norte da ilha Kameni. O movimento vertical na ilha Kameni aproxima-se a 8-14 centímetros em alguns pontos, e toda a caldeira agora está mais larga 14 centímetros do que estava no início de 2011.
Pequena ilha Nea Kameni, o topo do vulcão no centro da caldeira inundada - Crédito: D. Pyle
A equipa científica acredita que esta alteração se deve à acumulação de magma numa câmara, a uma profundidade de cerca de 4 km, representada na primeira figura por um ponto vermelho. Estima-se que esta câmara aumentou de 10-20 milhões de metros cúbicos, de Janeiro de 2011 a Abril de 2012, deformando a superfície da Terra.
Em todo o caso, os cientistas alertam que este fenómeno não significa que vai acontecer uma erupção vulcânica na área.
Fonte: ESA
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