Smog sobre uma cidade - Crédito: wikipédia
O ar que os europeus respiram tem muitas partículas nocivas. É a conclusão do estudo apresentado esta segunda-feira pela Agência Europeia do Ambiente, baseado em dados de 2010, e que avalia os progressos feitos em vários Estados Membros, nomeadamente Portugal, relativamente à qualidade do ar e a presença de contaminantes que afectam a saúde das pessoas.
Segundo o relatório da agência, as concentrações de partículas em suspensão na atmosfera (PS) e o ozono (O3) continuam a causar problemas de saúde em muitas regiões da Europa, apesar da União Europeia (UE) já ter feito grandes progressos na redução das emissões de gases poluentes.
Uma grande parte da população europeia está exposta a partículas contaminantes da atmosfera, que são das mais nocivas para a saúde. A má qualidade do ar ambiente pode provocar doenças cardíacas, cancro do pulmão, problemas respiratórios e outras doenças.
A agência estima que em 2010 cerca de um terço da população urbana foi exposta a níveis de concentração de PS 2,5 vezes superiores aos valores limite anuais da União Europeia.
Em relação aos dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), com níveis limites mais rigorosos, os resultados são ainda mais preocupantes, quando se compara com o limite máximo imposto pela organização. Neste caso, cerca de 95% dos europeus sofre a acção destas partículas nocivas para a saúde, sobretudo na Europa de Leste.
Portugal revela melhoria quanto à presença de partículas contaminantes (PS) no ar, juntamente com Espanha, Grã-Bretanha e Suécia.
O ozono é outro dos elementos mais perigosos presentes na atmosfera, porque também provoca problemas respiratórios e até pode provocar a morte prematura. O relatório indica que a exposição foi, em 2010, muito elevada nas cidades da União Europeia, sobretudo na Península Ibérica, nomeadamente Lisboa.
Para este contaminante, os dados também não coincidem. Cerca de 17% dos habitantes das cidades europeias estão sujeitos a níveis excessivos para o limite da UE, mas para a OMS, o valor 97% é bastane preocupante.
Outros dados mostram que reduziram as emissões de dióxido de enxofre, mas cerca de um terço da população ainda está exposta a partículas cancerígenas, entre elas o benzopireno.
Para a Agência Europeia do Ambiente, combater a poluição atmosférica é uma luta prioritária, já que a poluição do ar reduz a esperança de vida em cerca de dois anos nas cidades das regiões mais poluídas.
O Comissário responsável pelo pelouro do ambiente, Janez Potočnik, declarou: «O relatório veio recordar-nos oportunamente a importância da qualidade do ar para a saúde dos nossos cidadãos. É esse motivo que me leva a pretender que 2013 seja designado Ano do Ar e a insistir no reforço da legislação relativa à qualidade do ar que respiramos, como forma de solucionar os problemas hoje identificados».
O relatório da Agência Europeia do Ambiente está disponível no endereço http://www.eea.europa.eu/pt/pressroom/newsreleases/muitos-europeus-continuam-expostos-a
Fonte: Comunicado da Agência Europeia do Ambiente
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