terça-feira, 6 de março de 2012

Turistas e cientistas ameaçam os ecossistemas da Antárctida

Actualmente, várias espécies invasoras já se fixaram na Antárctida, como a gramínea Poa annua, em Portugal conhecida por relva-dos-caminhos. O Protocolo de Protecção Ambiental do Tratado da Antárctida proíbe a introdução intencional de espécies invasoras, mas os cientistas detectaram que os visitantes as levam involuntariamente para o continente - Fonte: wikipédia

Turistas e cientistas estão a ameaçar a Antárctida, um dos ecossistemas mais intocados do planeta, ao levarem consigo, sem saberem, sementes de plantas exóticas invasoras.
Um estudo científico publicado segunda-feira na revista Proceedings of the National Academy of Science (PNAS), revela que os visitantes estão a introduzir, de maneira involuntária, espécies invasoras na Antárctida. As espécies invasoras constituem uma das principais causas das mudanças na biodiversidade registadas em todo o mundo. Até agora, este problema ainda não tinha sido detectado de maneira significativa neste continente.
Os autores mostram-se preocupados com o impacto das expedições científicas e das actividades turísticas, e que se agravará nos próximos anos com os efeitos das alterações climaáticas, causando uma degradação no ecossistema que até há pouco tempo estava livre da acção do homem.
No estudo, foram inquiridas 5600 pessoas, sobre os seus locais de origem e trajectos de viagem, de um total de 33.000 turistas e 7000 cientistas que estiveram na Antárctida em 2007.
Depois, os investigadores passaram em revista a bagagem e equipamento de 853 voluntários. No final do trabalho concluíram que, cada pessoa levava, em média, dez sementes na roupa, bagagem, bastões, calçado e equipamento. As equipas de cientistas tendem a levar mais espécies exóticas, mas a média baixa porque o número de turistas é muito mais elevado.

Há centenas de espécies de líquens na Antárctida. A flora continental consiste, sobretudo, em líquens, briófitas, algas e fungos - Fonte: wikipédia

Os investigadores concluíram que metade das 2600 sementes recolhidas veio de outras regiões frias do planeta durante o ano anterior (regiões alpinas ou polares), portanto com condições de sobreviver no ambiente frio da Antárctida. De acordo com a Universidade de Stellenbosch, muitas das sementes pertencem a famílias de plantas que já são invasoras no Árctico, por exemplo.
Os investigadores demonstraram que várias espécies invasoras já se estabeleceram a oeste da península antárctica, uma região onde se estima que haverá um aumento de temperatura no futuro, que poderia ajudar à sobrevivência destes novos 'habitantes'. Além disso, as alterações climáticas aumentarão o risco de proliferação destas espécies noutras zonas como a Península da Antárctida, o Mar de Ross e as regiões costeiras da zona Este, zonas muito sensíveis e onde será mais fácil para as plantas sobreviverem e fixarem-se nos locais onde o gelo recuou, de acordo com os cientistas.
Embora as espécies invasoras sejam um problema a nível mundial, a sua introdução na Antárctida, um região de ecossistemas muito frágeis, poderá provocar um desequilíbrio grave com a "substituição progressiva das espécies de origem por espécies importadas que podem eliminar as plantas locais".
Fonte: Publico.pt / El Mundo.es

1 comentário:

Anónimo disse...

merda