Imagem captada pelo Observatório Solar Dinâmico (SDO), em 10 de Março de 2012, no comprimento de onda de 304 Angstrom. A mancha solar activa AR 1429, vista como a área brilhante à direita, foi-se movendo na face do Sol, da esquerda para a direita desde 2 de Março de 2012. Esta área activa já produziu, até agora, três erupções de classe X e numerosas de classe M - Credito: NASA / SDO / AIA
A mancha solar AR 1429 continua activa e hoje produziu mais duas erupções de classe M: uma M5.4 seguida de uma M8.4, quase atingindo a classe X. Além disso, a explosão produziu mais outra ejecção de massa coronal (CME) que deverá chegar à magnetosfera em 12 de Março de 2012. Não esquecer, que amanhã chega uma CME que, segundo os especialistas, tem 50% de probalidades de ser uma forte tempestade geomagnética.
As erupções (labaredas) são as maiores explosões do nosso sistema solar. Uma labareda solar é uma intensa explosão de radiação resultante da libertação de energia magnética associada com manchas solares.
As erupções observam-se como áreas brilhantes sobre o Sol e podem durar de minutos a horas. Normalmente, vê-se a erupção (labareda) solar devido aos fotões ou luz que ela liberta, na maioria dos comprimentos de onda do espectro. Estas explosões são monitorizadas através dos raios X e luz visível libertados.
O Sol é uma estrela activa e tem um ciclo solar. Num período de 11 anos a sua actividade aumenta, atinge o denominado máximo solar e, depois, diminui. Actualmente, o Sol caminha para o seu máximo do ciclo 24, espera-se que a actividade continue a aumentar, com mais tempestades solares, umas maiores que outras.
As manchas solares, áreas escuras na superfície do Sol, contêm fortes campos magnéticos que estão em constante mudança, e podem apresentar tamanhos variados. Formam-se quando campos magnéticos fortes emergem através da superfície solar, fazendo a área arrefecer ligeiramente, por isso aparecem como uma mancha mais escura, contrastando com a fotosfera muito brilhante do Sol. As manchas deslocam-se, acompanhando a rotação do Sol, durante cerca de 27 dias.
Grupos de manchas solares, especialmente aqueles com configurações de campo magnético complexas, produzem muitas vezes explosões solares.
Grupo de manchas solares 1429, responsável pela actual actividade do Sol - Crédito: NASA/SOHO
Durante uma erupção solar ou labareda solar, pode acontecer que partículas como electrões, protões e outras partículas mais pesadas são aceleradas, formando-se um fluxo de partículas solares energéticas que podem atingir a Terra, é o que se chama tempestade de radiação solar ou evento de partículas solares energéticas (SEP). Uma ejecção de massa coronal (CME) também pode transportar este tipo de radiação feita de protões e outras partículas carregadas.
Quando a Terra é atingida por este tipo de partículas, a radiação não alcança os seres vivos na superfície, pois a maioria das partículas é desviada pelo campo magnético que protege a Terra. No entanto, pode afectar os seres humanos em viagens espaciais para a Lua ou Marte, embora tenha pouco ou nenhum efeito sobre os passageiros de aviões ou astronautas dentro da magnetosfera do nosso planeta.
Esta radiação solar também pode perturbar comunicações em alta frequência de rádio. Por isso, durante uma tempestade de radiação solar, aviões com rotas polares e apenas comunicações de rádio podem ter que seguir rotas alternativas.
As tempestades de radiação solar são classificados numa escala de S1 (menor) a S5 (extremo), determinada pela energia das suas partículas. Em casos extremos, as tempestades de radiação solar podem causar apagões completos de alta freqüência de rádio, danos na electrónica, memória e sistemas de imagens de satélites, e envenenamento por radiação dos astronautas fora da magnetosfera da Terra.
Um apagão de rádio (Radio blackout) também pode acontecer quando há uma libertação forte e rápida de raios X a partir de uma erupção solar. Neste caso, o apagão atinge os sinais de rádio de alta e baixa frequência.
Os raios X perturbam a ionosfera (camada da atmosfera terrestre) por onde se deslocam as ondas de rádio. As constantes mudanças na ionosfera alteram os trajectos das ondas de rádio, que acabam por perder a informação, sejam ondas de alta ou baixa frequência.
Os apagões de rádio são classificados numa escala de R1 (menor) a R5 (extremo). Os apagões mais fortes podem interromper toda a comunicação por rádio e alterar as medições GPS, durante horas. Fonte: NASA
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