Exemplo de um dos registos do terramoto do Japão, realizado numa área da falha de San Andrés, na Califórnia. Em A, os pontos indicam os tremores resultantes do impacto do terramoto principal na zona. B é o correspondente sismograma que regista as energias envolvidas. C é o gráfico dos sons registados, correspondentes ao clip de som 6. Aqui pode "ouvir-se" o terramoto através da falha de S. André. O tremor principal soa como uma trovoada à distância e é seguido por um som parecido com o barulho da chuva, que representa a actividade sismica causada na falha californiana de San Andrés (reprodução)
O sismo, de magnitude 9, ocorreu em 11 de Março de 2011, e foi o quarto mais intenso de que se tem registo no planeta desde 1900. Originou um tsunami que matou mais de 15 mil pessoas, provocando um perigoso acidente nuclear na central nuclear de Fukushima.
O sismo de Tohoku-Oki, como é conhecido na comunidade científica, foi estudado utilizando os registos de milhares de sismógrafos em todo o mundo, que permitiram aos cientistas combinar a informação e obter um registo de sons resultantes do impacto do terramoto em várias pontos do planeta, alguns a milhares de quilómetros de distância e que ajudam a explicar o fenómeno geológico.
Estudos recentes têm mostrado que grandes terremotos podem provocar ou causar outros pequenos terremotos e actividade sísmica profunda a várias centenas ou milhares de quilómetros de distância. Da mesma forma, o sismo de Tohoku Oki desencadeou numerosos terremotos e tremores em todo o mundo, cujos sons foram gravados.
O estudo dos cientistas foi publicado na revista especializada Seismological Research Letters, por Zhigang Peng, do Instituto de Ciências Atmosférias da Geórgia, nos EUA. Do trabalho online fazem parte seis arquivos áudio, gravados junto ao terramoto principal e noutros locais do planeta e que podem ser ouvidos neste endereço (movies 1,2,3,4,5 e 6).
Nas gravações, é possível apreciar "as mudanças na intensidade e na amplitude do som enquanto se observa as mudanças de frequências sísmicas". Alguns dos sons até podem parecer familiares como, por exemplo, trovoadas. Distinguem-se claramente o sismo e as diferentes réplicas que se lhe seguiram.
Nos clips de áudio, os sons são reproduzidos a velocidades maiores (100 vezes) para aumentar a frequência até níveis audíveis pelo ouvido humano, o que também permite escutar, em poucos segundos, os sons reunidos durante vários minutos ou horas. Os registos permitirão "compreender melhor a informação sísmica em futuros eventos e fazer comparações internacionais".
Informações via DN Ciências e ÚltimoSegundo
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