O mocho-de-orelhas (Otus mauli) foi a primeira ave de rapina nocturna a extinguir-se na Madeira. Actualmente, só a coruja-das-torres nidifica no arquipélago - Fonte: wikipédia
Uma equipa internacional de investigadores, liderada por Juan Carlos Rando, da Universidade de La Laguna, Tenerife, Canárias, descreveu um novo tipo de fóssil de mocho-de-orelhas pertencente a uma nova espécie, o mocho-de-orelhas de Maul, a primeira ave extinta no arquipélago da Madeira (Portugal).
Os investigadores estudaram um conjunto de 27 pequenos fósseis, recolhidos há cerca de 30 anos e que se encontravam entre milhares de espécimes no Museu de História Natural do Funchal. Os fósseis pertenciam a uma nova espécie de mocho que viveu na Madeira e que se extinguiu depois da chegada dos humanos. E não foi a única ave a desaparecer. O pombo-torcaz-da-madeira (Columba palumbus maderensis) extinguiu-se nos anos 30 do século XX.
O mocho-de-orelhas de Maul (Otus mauli) seria uma espécie endémica que evoluiu como população isolada, sendo morfologicamente muito semelhante ao actual mocho-de-orelhas continental (Otus scops), com as patas um pouco mais compridas e esguias e as asas ligeiramente mais curtas.
O Otus mauli, cujo nome é uma homenagem a Gunther Edmund Maul, director do Museu de História Natural do Funchal (1940-1981), devia ser uma ave de rapina nocturna com fracas capacidades de voo, vivendo no chão da floresta laurissilva, protegida das aves de rapina predadoras, como a águia-de-asa-redonda ou o peneireiro-vulgar. Viveu sem outros predadores, provavelmente até à chegada dos seres humanos.
Actualmente, a coruja-das-torres é a única ave de rapina nocturna que nidifica no arquipélago da Madeira. Segundo o artigo publicado na Zootaxa, o homem alterou bastante o arquipélago, com as queimadas da floresta e a introdução de ratos e gatos, que predaram os ovos e os ninhos da ave.
Fonte: Publico.pt
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