Ilustração do robô InSight,m da NASA, colocando o seu sismógrafo e experiências de fluxo de calor em Marte - Crédito: NASA / JPL-Caltech
Duas semanas apenas depois do bem sucedido pouso do Curiosity em Marte, a NASA anunciou, em 20 de Agosto, a próxima missão científica ao Planeta Vermelho, prevista para 2016. Chama-se InSight, e tem como objectivo investigar o interior de Marte, tentando compreender a diferente evolução deste planeta em relação à Terra.
A nova missão InSight vai investigar se o núcleo de Marte é líquido ou sólido, e por que a sua crosta não parece ser formada por placas tectónicas, como a Terra. Os pesquisadores envolvidos dizem que esta informação poderá ajudar os cientistas a entender melhor como se formaram e evoluiram os planetas rochosos no sistema solar.
InSight, sigla em inglês que significa exploração Interior usando Seismic Investigations, Geodesy and Heat Transport, tem lançamento previsto para Março de 2016 e colocação de um robô na superfície de Marte, em Setembro do mesmo ano, para iniciar a missão científica de dois anos terrestres ou um ano marciano.
O robô levará quatro instrumentos, que vão determinar o eixo de rotação de Marte e medir as ondas sísmicas e o fluxo de calor desde o interior do planeta. A propagação dos sismos revela o interior de um astro, e no caso da Terra ajudou a detectar os limites da crosta, do manto e do núcleo.
InSight terá ambém um braço robótico e duas câmeras e será construído de acordo com a tecnologia espacial utilizada na missão Phoenix, da NASA, que confirmou a presença de gelo de água subterrânea perto do pólo norte de Marte, em 2008, diminuindo, assim, o custo e o risco da missão. (ver animação do robô em funcionamento)
A missão será liderada por Bruce Banerdt do Jet Propulsion Laboratory (JPL), em Pasadena (Califórnia) e a equipa científica inclui pesquisadores de todo o mundo. A agência espacial francesa Centro Nacional de Estudos Espaciais (CNES) e o Centro Aeroespacial Alemão vão contribuir para a concepção de alguns dos instrumentos transportados por InSight.
Ilustração do interior de Marte e formação de corpos rochosos do sistema solar - como se formam, diferenciam e evoluem em planetas terrestres - Crédito: NASA/JPL-Caltech
Considerada uma missão de baixo orçamento, a NASA estima que InSight custará 425 milhões de dólares (340 milhões de euros), excluindo o sistema de lançamento e serviços de manutenção (em comparação, Curiosity custou 2,5 mil milhões de dólares ou dois mil milhões de euros).
Devido aos recentes cortes financeiros, a NASA abandonou a missão ExoMars liderada pela Agência Espacial Europeia, que pretende lançar um orbitador e um robô ao planeta vermelho em 2016 e 2018, respectivamente, reduzindo o seu programa de Marte.
Actualmente, a agência espacial americana prefere missões mais baratas, menos ambiciosas e com mais parceiros internacionais, mas mais rápidas de realizar.
"A exploração de Marte é uma prioridade para a NASA, e a seleção de InSight garante que vai continuar a desvendar os mistérios do planeta vermelho e estabelecer as bases para uma futura missão humana lá", afirmou Charles Bolden, administrador da NASA.
Além disso, o recente êxito do pouso do Curiosity "reanimou o interesse público na exploração do espaço e o anúncio de hoje deixa claro que haverá mais missões interessantes para Marte", acrescentou.
Fonte: NASA e Space.com
Sem comentários:
Enviar um comentário