Imagem da galáxia espiral NGC 1187, obtida com o Very Large Telescope do ESO, situada a cerca de 60 milhões de anos-luz de distância, na constelação do Erídano (O Rio). Em NGC 1187 aconteceram duas explosões de supernova nos últimos trinta anos, a última das quais em 2007, marcada pelo círculo na imagem - Crédito: ESO
O telescópio Very Large do ESO (VLT) captou uma nova imagem espectacular e muito detalhada da galáxia NGC 1187, uma espiral perfeita situada a cerca de 60 milhões de anos-luz de distância na constelação do Erídano (O Rio).
Embora de aspecto tranquilo, esta impressionante galáxia já registou duas explosões de supernova nos últimos trinta anos, a última das quais em 2007.
Nesta observação do VLT, a galáxia é vista praticamente de frente, distinguindo-se cerca de meia dúzia de braços espirais proeminentes, cada um contendo enormes quantidades de gás e poeira. As zonas azuladas nos braços indicam a presença de estrelas jovens nascidas de nuvens de gás interestelar.
Na parte central de NGC 1187 brilha o bojo da galáxia com uma estrutura barrada, de cor amarela, quase todo constituído por estrelas velhas, gás e poeira. Pensa-se que a estrutura central em barra actua como um mecanismo que canaliza o gás dos braços em espiral para o centro, aumentando a formação estelar nessa região.
À volta da galáxia observam-se outras galáxias mais ténues e distantes, com tonalidades principalmente vermelhas, sendo visíveis até através do disco da própria NGC 1187, mas contrastando com os enxames estelares de cor azul pálida pertencentes ao objecto muito mais próximo.
Desde 1982, já se observaram duas explosões de supernova nesta galáxia. São explosões muito violentas de estrelas de elevada massa ou de uma anã branca num sistema binário. As supernovas estão entre os fenómenos mais energéticos do Universo e são tão brilhantes que, muitas vezes, conseguem ser, brevemente, ainda mais brilhantes que toda a galáxia, antes de se desvanecerem ao longo de várias semanas ou meses. Durante este tempo, uma supernova emite tanta energia como o Sol irá emitir ao longo de toda a sua vida.
Em Outubro de 1982, explodiu a primeira supernova observada na NGC 1187, a SN 1982R, que foi descoberta no Observatório de La Silla, do ESO. Mais recentemente, em 2007, o astrónomo amador Berto Monard, na África do Sul, descobriu outra supernova nesta galáxia, a SN 2007Y, estudada e monitorizada, durante um ano, por uma equipa de astrónomos, com a ajuda de vários telescópios. A nova imagem de NGC 1187 foi produzida a partir de observações feitas no âmbito desse estudo, e mostra a supernova muito depois do seu brilho máximo, na parte inferior da imagem.
Fonte: ESO
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