Esta é uma imagem do Telescópio Espacial Hubble mostrando um par de aglomerados de estrelas, que se acredita estar numa fase inicial de fusão. As observações do Hubble foram feitas com a Wide Field Camera 3, em 20-27 Outubro de 2009. A cor azul indica a luz de estrelas mais quentes e mais massivas, o verde resulta do brilho de oxigénio e o vermelho da fluorescência do hidrogénio - Crédito: NASA, ESA, R. O'Connell (University of Virginia), and the Wide Field Camera 3 Science Oversight Committee
Utilizando o Telescópio Espacial Hubble, astrónomos descobriram dois aglomerados de estrelas massivas que podem estar na fase inicial da sua fusão. Eles encontram-se a 170.000 anos-luz de distância, na gigantesca nebulosa Doradus 30, na Grande Nuvem de Magalhães, uma pequena galáxia satélite da nossa Via Láctea.
Inicialmente pensava-se que era apenas um aglomerado (R136) no centro da região de formação estelar massiva 30 Doradus (também conhecido como a nebulosa Tarântula). Mas descobriu-se que eram dois aglomerados distintos diferindo na idade em cerca de um milhão de anos.
Observando a distribuição das estrelas de baixa massa detectadas pelo Hubble, os cientistas verificaram que o aglomerado no canto superior esquerdo apresenta uma estrutura alongada, com características um pouco semelhantes à forma de duas galáxias que se fundem e onde as suas formas são alongadas pela força da gravidade.
A estrutura alongada de um dos aglomerados e as diferentes idades dos aglomerados constituem indícios que eles se encontram em fusão.
De acordo com alguns modelos, as nuvens de gás gigantes que originam os aglomerados de estrelas podem fragmentar-se em pedaços. Uma vez que se formam estrelas nesses pedaços, eles podem interagir e fundir-se para formar um grande sistema. Os cientistas pensam que estão a observar essa interacção em 30 Doradus.
Além disso, há um número extraordinariamente grande de estrelas jovens de alta velocidade em torno de 30 Doradus. Os astrónomos acreditam que essas estrelas, freqüentemente chamadas de "estrelas runaway" ("estrelas fugitivas"), foram expulsas do núcleo de 30 Doradus, como resultado de interações dinâmicas.
Imagem do Telescópio Espacial Hubble de um par de aglomerados de estrelas, que se pensa estar nas fases iniciais de colisão. Os aglomerados encontram-se na gigantesca nebulosa Doradus 30, a 170.000 anos-luz da Terra - Crédito: NASA, ESA, D. Lennon and E. Sabbi (ESA/STScI), J. Anderson, S.E. de Mink, R. van der Marel, T. Sohn, and N. Walborn (STScI), N. Bastian (Excellence Cluster, Munich), L. Bedin (INAF, Padua), E. Bressert (ESO), P. Crowther (University of Sheffield), A. de K
Estas interacções são muito comuns durante um processo chamado de colapso do núcleo, em que estrelas mais massivas afundam para o centro de um aglomerado, por interacções dinâmicas com estrelas de menor massa. Quando muitas estrelas massivas alcançam o núcleo, este torna-se instável e estas estrelas de grande massa começam a ejectar as estrelas de menor massa para fora do aglomerado.
No entanto, os dois aglomerados na região central de Doradus 30 são muito jovens para já terem experimentado um colapso do núcleo. O número invulgarmente elevado de estrelas de alta velocidade cerca de 30 Doradus pode ser melhor explicado se os dois aglomerados estão a fundir-se. Este exemplo de interacção entre aglomerados pode fornecer pistas sobre como se podem ter formado os aglomerados de estrelas no início do universo.
Fonte: NASA e Hubble newscenter
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