Se o consumo actual continuar, antes de meados do século a humanidade vai precisar dos recursos equivalentes a duas Terras - Crédito: wikipédia
Quarta-feira, 22 de Agosto de 2012 (Dia do Défice Ecológico), marca a data em qua a humanidade esgotou o seu orçamento ambiental para o ano, segundo os dados da Global Footprint Network, entrando em défice ecológico.
Isto significa que em oito meses os seres humanos esgotaram todos os recursos que o planeta pode fornecer e o dióxido de carbono (CO2) que pode absorver de forma sustentável neste ano. Como consequência, no resto do ano vamos sobre-explorar os recursos naturais e acumular CO2 na atmosfera, isto é, a passamos a viver a crédito do planeta e à custa das futuras gerações, desbaratando o seu património natural.
Em 1992, o nosso consumo de recursos por um ano ultrapassou a capacidade de reposição do planeta em 21 de Outubro. Em 2002, foi em 3 de Outubro. Dadas as tendências de consumo actuais, o défice ecológico chega mais cedo cada ano que passa.
Durante a maior parte da sua existência, a humanidade utilizou os recursos da natureza para fornecer alimentos e criar produtos, construir cidades e estradas, e para absorver o dióxido de carbono produzido em equilíbrio com a Terra. No entanto, em meados da década de 1970, o consumo humano superou o que a Terra podia repor. Actualmente, a humanidade está a usar os recursos ecológicos e serviços equivalentes a pouco mais de 1,5 Terra(s). Se as tendências actuais não se alterarem, antes de meados do século vamos exigir os recursos de dois planetas.
Os custos do défice ecológico, em que a humanidade vive em boa parte do ano, são cada vez mais evidentes, como as alterações climáticas, uma das consequências mais óbvias da emissão de gases de efeito de estufa ser mais rápida do que a sua absorção pelos oceanos e florestas. Mas há também a destruição das florestas, a perda de biodiversidade, o colapso da pesca, entre outros.
Este défice não causa só danos ambientais significativos, mas implica também custos económicos avultados que podem ameaçar a recuperação económica global, só porque a humanidade está a usar mais do que o planeta pode oferecer.
Fonte: Global Footprint Network via El Mundo.es
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