Imagem de Barnard 59, parte de uma enorme nuvem escura de poeira interestelar chamada Nebulosa do Cachimbo. Esta nova imagem extremamente detalhada foi obtida com o instrumento Wide Field Imager montado no telescópio MPG/ESO de 2.2 metros, instalado no Observatório de La Silla do ESO - Crédito: ESO (clicar na ligação para ampliar)
A imagem mostra parte de uma vasta nuvem escura de poeira interestelar chamada Nebulosa do Cachimbo, conhecida por Barnard 59. Foi obtida com o telescópio MPG/ESO de 2.2 metros instalado no Observatório de La Silla do ESO.
Inicialmente, os astrónomos pensavam que as nebulosas escuras eram áreas do céu onde não existiam estrelas. Mas descobriu-se que são constituídas por nuvens de poeira interestelar, tão espessas que bloqueiam a radiação que vem das estrelas que se encontram por trás.
A Nebulosa do Cachimbo aparece sob um fundo de nuvens estelares próximas do centro da Via Láctea, na constelação de Ofiúco (ou Serpentário). A imagem retrata a boquilha da Nebulosa do Cachimbo, Barnard 59, situada a cerca de 600-700 anos-luz de distância, com uma extensão de seis anos-luz.
A nebulosa deve o seu nome ao astrónomo americano Edward Emerson Barnard, que foi o primeiro a registar de forma sistemática as nebulosas escuras, por meio de longas exposições fotográficas e um dos que reconheceram a sua natureza poeirenta.
No centro da imagem, nuvens escuras interligadas parecem-se com as pernas de uma aranha gigante na sua teia de estrelas, mas com partes iluminadas por novas estrelas que se formam. A formação estelar é bastante vulgar no interior de regiões com nuvens moleculares densas, tais como as nebulosas escuras. A poeira e o gás juntam-se sob a influência da gravidade, atraindo cada vez mais matéria até que se forma uma estrela. No entanto, comparada com regiões semelhantes, a Barnard 59 tem relativamente pouca formação estelar e , por isso, possui ainda muita poeira.
Na imagem também se podem distinguir vários asteróides do nosso sistema solar representados por pequenos traços azuis, verdes e vermelhos, a maioria situada na cintura de asteróides entre as órbitas de Marte e Júpiter. A Barnard 59 encontra-se a cerca de dez milhões de vezes mais longe da Terra do que estes pequeníssimos objetos.
Esta imagem da Nebulosa do Cachimbo surge no 45 º aniversário da morte do famoso pintor surrealista belga René Magritte (1898-1967), que pintou um cachimbo e escreveu "Ceci n´est pas une pipe" (“Isto não é um cachimbo”, em francês). Do mesmo modo, a ESO lembra que a Nebulosa do Cachimbo não é um cachimbo real, mas uma simples representação.
Fonte: ESO
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