Hubble captou um gigantesco arco de luz, a imagem da galáxia distante "ampliada" mais brilhante que se conhece. Nesta imagem a luz de uma galáxia distante, quase 10 biliões de anos-luz de distância, foi distorcida num arco de luz de quase 90 graus no aglomerado de galáxias RCS2 032727-132623. O aglomerado de galáxias encontra-se a 5 biliões de anos-luz . A imagem da galáxia distante é 20 vezes maior e três vezes mais brilhante do que outras galáxias já vistas através de lente gravitacional. A imagem com coloração natural foi obtida, em Março de 2011, pelo Telescópio Espacial Hubble. - Crédito: NASA; ESA; J. Rigby (NASA Goddard Space Flight Center); and K. Sharon (Kavli Institute for Cosmological Physics, University of Chicago)
Utilizando o fenómeno espacial "lente gravitacional", o Telescópio Espacial Hubble foi capaz de obter uma imagem da galáxia mais brilhante descoberta até agora.
De acordo com a NASA, "esta observação proporciona uma oportunidade única para o estudo das propriedades físicas de uma galáxia que formava vigorosamente estrelas quando o universo tinha apenas um terço de sua idade actual".
Uma lente gravitacional ocorre quando a gravidade de um objecto massivo, como o Sol, um buraco negro ou um aglomerado de galáxias, causa uma distorção no espaço-tempo. A luz de objectos mais distantes é distorcida, torna-se mais brilhante e é ampliada quando passa por essa região gravitacionalmente perturbada, que funciona como uma lente de ampliação.
Uma equipa de astrónomos liderada por Jane Rigby, do Goddard Space Flight Center da NASA, em Greenbelt, Maryland, apontou o telescópio Hubble para um dos exemplos mais notáveis de lente gravitacional, um arco de luz de quase 90 graus no aglomerado de galáxias RCS2 032727-132623, que fica a cinco biliões de anos-luz da Terra.
A vista que o Hubble obteve da galáxia distante é muito mais detalhada do que seria sem a ajuda da lente gravitacional. A presença da lente ajuda a mostrar como as galáxias evoluíram desde há 10 biliões de anos até hoje.
Esta ilustração mostra como uma imagem de uma galáxia de fundo é distorcida e ampliada pelo campo gravitacional de uma galáxia em primeiro plano. Neste alinhamento, a gravidade actua como uma lente no espaço, curvando o espaço como um espelho de parque de diversões. A imagem de uma galáxia distante é esticada num arco gigante de luz - Crédito: NASA, ESA, and A. Feild (STScI)
Enquanto as galáxias mais próximas da Terra estão totalmente maduras e próximas do fim da sua história de formação de estrelas, as galáxias distantes revelam os tempos de formação do universo, e a luz desses eventos cósmicos iniciais só agora está a chegar à Terra. As galáxias muito distantes têm brilho ténue e aparecem muito pequenas no céu.
Em 2006, uma equipa de astrónomos que usou o Very Large Telescope (VLT), no Chile, calculou que esta galáxia aparece três vezes mais brilhante que outras galáxias já descobertas, vistas também através de lentes.
Em 2011, os astrónomos usaram o telescópio espacial Hubble para captar imagens e analisar a galáxia ampliada pela lente gravitacional. Como acontece nesta situação, a imagem distorcida da galáxia aparece repetida várias vezes no aglomerado mais próximo, que serve de lente. O trabalho dos astrónomos foi reconstruir o que a galáxia realmente parecia, se não fosse distorcida por este efeito.
A imagem mostra uma reconstrução (no canto inferior esquerdo) da galáxia mais brilhante e cuja imagem foi distorcida pela gravidade de um aglomerado de galáxias distantes. O pequeno rectângulo no centro mostra a localização da galáxia de fundo sobre o céu, se o aglomerado de galáxias mais perto não estivésse lá. Os contornos arredondados mostram distintas imagens distorcidas da galáxia de fundo, resultante da lente originada pelo aglomerado massivo. A imagem no canto inferior esquerdo é uma reconstrução de como se veria a galáxia "ampliada", se o aglomerado não existisse, baseada num modelo de distribuição de massa do aglomerado, derivado do estudo das imagens de galáxias distorcidas - Crédito: NASA, ESA, J. Rigby (NASA Goddard Space Flight Center), K. Sharon (Kavli Institute for Cosmological Physics, University of Chicago), and M. Gladders and E. Wuyts (University of Chicago)
A reconstrução revelou regiões brilhantes de formação estelar, muito mais brilhantes do que qualquer outra região de formação estelar da nossa galáxia Via Láctea.
Fonte: NASA
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