Nebulosa Carina e o "eco de luz" da "Grande erupção" do sistema binário Eta Carinae, há 170 anos -Crédito: NASA, NOAO, and A. Rest (Space Telescope Science Institute)
As imagens revelam a luz de uma explosão estelar massiva na nebulosa de Carina, reflectindo nas nuvens de poeira em torno do sistema binário de Eta Carinae.
A imagem à esquerda mostra a Nebulosa de Carina, uma região de formação estelar situada 7.500 anos-luz da Terra. O enorme sistema estelar duplo Eta Carinae está perto do topo da imagem e é cerca de 120 vezes mais massivo que o Sol.
Há cerca de 170 anos, Eta Carinae produziu uma explosão espectacular, baptizada como "Grande Erupção" que foi vista na Terra de 1837 a 1858.
Apesar de não haver nenhum registo do evento, pois os astrónomos da altura não tinham os instrumentos científicos para isso, os astrónomos actuais têm a oportunidade rara de ver uma espécie de "transmissão retardada" dessa explosão, devido a um efeito conhecido por "light echo" ou "eco de luz" (tradução livre). Parte da luz da erupção de Eta Carinae seguiu um caminho indirecto para a Terra e só agora está a atingir o nosso planeta, oferecendo uma oportunidade para analisar a explosão em detalhe (imagens a preto e branco, à direita).
Ao movimentar-se numa direcção que a levava para longe da Terra, essa luz encontrou nuvens de poeira remanescente, longe do sistema binário (a região em caixa, a cerca de 100 anos-luz de distância, na parte inferior da imagem) e foi desviada para a Terra, um efeito chamado de "eco de luz". Por causa de seu trajecto mais longo, essa luz chegou até nós 170 anos depois da luz que chegou directamente.
As três imagens, a preto e branco, à direita mostram o que os astrónomos estão a ver actualmente, a luz da explosão iluminando as nuvens de poeira perto do condenado sistema binário, à medida que se move através delas. É um efeito semelhante ao de uma lanterna iluminando diferentes partes de uma grande gruta.
O sistema binário Eta Carinae é um dos sistemas de estrelas maiores e mais brilhantes da nossa galáxia Via Láctea. É conhecido pelas suas explosões, mas a "Grande Erupção" foi a maior já observada e onde perdeu cerca de 20 massas solares, tornando-se a segunda estrela mais brilhante no céu (hemisfério sul). Algum do material expelido formou um par de lóbulos gigantes de saída de poeira e gás. Antes do evento, o par de estrelas era 140 vezes mais massivo que o Sol.
A explosão do sistema binário Eta Carinae originou dois lóbulos gigantes de saída de poeira e gás. Imagem obtida pelo Telescópio Espacial Hubble, em 1995 - Crédito: wikipédia
A equipa acompanhou o seu estudo com observações espectroscópicas, que ajudaram os astrónomos a decodificar a luz, revelando a velocidade do fluxo e a temperatura. As observações mostraram que o material ejectado se movia a mais de 700.000 quilómetros por hora, como previsto, mas a explosão não foi tão quente como se pensava. Os cientistas vão continuar a acompanhar Eta Carinae, porque a luz da explosão ainda está fluindo para a Terra. "Dentro de seis meses devemos ver brilhar novamente, por causa de outro aumento de luz que foi visto em 1844," disse Armin Rest, do Space Telescope Science Institute in Baltimore, Md. e principal autor do estudo publicado hoje no jornal Nature. "Esperamos captar a luz da explosão vinda de diferentes direcções, para que possamos obter uma visão completa da erupção."
Fonte: Hubble NewsCenter
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