segunda-feira, 27 de junho de 2011

Mais de mil novas espécies foram encontradas na Papua Nova Guiné, entre 1998 e 2008

A organização WWF anunciou esta segunda-feira, 27 de Junho, a descoberta de 1.060 novas espécies na ilha de Nova Guiné, entre 1998 e 2008. No entanto, o desenvolvimento insustentável - particularmente da exploração madeireira e conversão de florestas para a agricultura - está a colocar muitas dessas espécies em risco. O anúncio surge poucos meses depois da WWF ter divulgado descobertas semelhantes na Amazónia e na ilha de Madagascar, hotspots biológicos de muitas espécies recém-descobertas, mas que também enfrentam sérias ameaças.

A nova espécie de golfinho, Orcaella heinsohni, ocorre principalmente em águas protegidas, rasas, especialmente junto às bocas de rios e riachos, nas águas costeiras da Austrália e Papua Nova Guiné - Fonte: wikipédia 

O relatório, Final Frontier: Newly Discovered species of New Guinea (1998 – 2008), mostra que nesses dez anos foam encontrados 218 novos tipos de plantas, onde mais de 100 são orquídeas, 43 répteis e 12 mamíferos, incluindo um golfinho, 580 invertebrados, 134 anfíbios, 2 pássaros e 71 peixes, entre eles um tubarão extremamente raro com 2,5 metros de comprimento.
"Este relatório mostra que as florestas e rios da Nova Guiné se encontram entre os mais ricos e com maior biodiversidade do mundo. Mas também mostra que a descontrolada procura humana pode levar este rico ambiente à destruição", disse Neil Stronach, representante da WWF da Melanésia Ocidental.
A Nova Guiné é a maior ilha tropical na Terra e é compartilhada pela Papua Nova Guiné (PNG) a Leste e Indonésia no Ocidente. Contém a terceira maior floresta tropical do mundo, depois da Amazónia e do Congo.
"Se olharmos para Nova Guiné, em termos de diversidade biológica, é muito mais como um continente do que uma ilha", diz Dr. Stronach.
No entanto, na Papua Nova Guiné entre 1972 e 2002, estudos independentes mostraram que 24% das florestas tropicais foram cortadas ou degradadas através da extracção de madeira ou da agricultura de subsistência.
Segundo a WWF, apesar da sua localização remota, os habitats naturais da Nova Guiné estão a ser destruídos de forma alarmante devido a graves ameaças, como a exploração madeireira, mineração, comércio de espécies selvagens e conversão para agricultura, particularmente para produção de óleo de palma.
De acordo com responsáveis da WWF, sendo a Nova Guiné "uma região com altos índices de pobreza, é absolutamente essencial que os seus preciosos recifes, florestas e áreas alagadas não sejam pilhados, mas geridos de forma sustentável para as gerações futuras".
"A proteção ambiental e o desenvolvimento económico devem andar juntos para assegurar a sobrevivência das espécies únicas da Nova Guiné e dos habitats naturais".
Fonte: WWF

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