segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Os lémures de Madagáscar estão entre os 25 primatas mais ameaçados do mundo

Indri indri, o maior lémure de Madagáscar, em perigo de extinção - Crédito: wikipédia

Os lémures de Madagáscar estão entre os 25 primatas mais ameaçados do planeta, devido à destruição da floresta e caça ilegal.
A conclusão foi revelada na apresentação do novo relatório "Primatas em Perigo" 2012-2014, divulgado nesta segunda-feira (15 de Outubro), pela União Mundial para a Conservação da Natureza (UICN), na 11ª Conferência das Partes (COP) da Convenção para a Diversidade Biológica, a decorrer em Hyderabad, na Índia, até 19 de Outubro.
De acordo com a UICN, cerca de 91% das 103 espécies e sub-espécies de lémures que vivem em Madagáscar estão ameaçadas de extinção, um dos níveis mais elevados de ameaça num grupo de vertebrados.
Os lémures de Madagáscar representam cerca de 20% dos primatas do planeta. Os lémures de Madagascar estão gravemente ameaçados pela destruição do habitat e caça ilegal, que se acelerou dramaticamente desde a mudança de poder no país em 2009, pela crise política que se instalou e falta de leis para os proteger.
O lémure mais raro, o Lemur Norte Sportive (Lepilemur septentrionalis), está agora reduzido a 19 indivíduos conhecidos na natureza.
Com este relatório, os conservacionistas querem destacar também a situação de espécies como o Tarsier pigmeu (Tarsius pumilus), na ilha de Sulawesi, na Indonésia. Ainda há pouca informação sobre a sua ocorrência, distribuição e necessidades ecológicas. As poucas populações fragmentadas e isoladas desta espécie que se conhecem estão ameaçadas pela invasão humana e conflito armado.
Mais da metade (54%) das 633 espécies e sub-espécies de primatas do mundo, com estado de conservação conhecido, estão classificadas como ameaçadas de extinção na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. São necessárias medidas urgentes de conservação.

Western gorilla (Gorilla gorilla) está classificado como criticamente em perigo pela IUCN - Crédito: wikipédia

As principais ameaças são a destruição do habitat, principalmente a partir da queima e corte de florestas tropicais, a caça de primatas para alimento, e o comércio ilegal de animais selvagens.
"Os primatas são os nossos parentes mais próximos e, provavelmente, as espécies mais emblemáticas para as florestas tropicais, uma vez que mais de 90 por cento de todos os primatas conhecidos ocorrem neste bioma em extinção", disse Russell Mittermeier, director do Grupo de Especialistas sobre Primatas da Conservation International.
Para este especialista, cada vez mais os primatas estão a tornar-se numa importante atracção turística, constituindo uma fonte de receita de muitas comunidades locais que vivem em torno de áreas protegidas em que estas espécies ocorrem. Além disso, "eles são um elemento-chave pois ajudam a dispersar sementes e a manter a diversidade na floresta".
Fonte: IUCN notícias e Público.pt

Sem comentários: