Uma corrente de jacto particularmente forte atravessa o hemisfério norte de Saturno, observada nesta imagem em cor falsa obtida pela sonda Cassini da NASA, em 13 de Janeiro de 2008. As nuvens da corrente de jacto aparecem como uma fina e brilhante linha laranja, assinalada pela seta branca. A corrente move-se para oeste e mais perto do centro da imagem desvia-se para sul. Mais adiante desta descontinuidade, as nuvens difusas da corrente de jacto continuam a mover-se ao longo do círculo com a mesma latitude - Crédito: NASA/JPL-Caltech/SSI
Saturno apresenta correntes de jacto turbulentas, regiões onde os ventos sopram mais rapidamente que outras, e que podem deslocar-se para este e oeste, através do planeta.
Agora, com base em imagens recolhidas ao longo de vários anos pela sonda Cassini, da NASA, os cientistas descobriram o mecanismo que impulsiona essas estruturas onduladas na atmosfera de Saturno e onde os jactos vão buscar a sua energia.
Segundo um novo estudo publicado na edição de Junho da revista Icarus, é o calor gerado no interior do planeta que cria as correntes de jacto. A condensação de água devida ao aquecimento interno de Saturno provoca diferenças de temperatura na sua atmosfera, o que faz criar redemoinhos que fazem mover o ar para trás e para a frente na mesma latitude, fazendo acelerar as correntes de jacto, como engrenagens rotativas conduzindo uma correia transportadora.
O vapor de água condensa em alguns lugares em que o ar sobe e liberta calor formando nuvens e chuva. Este calor fornece a energia para criar os redemoinhos que conduzem as correntes de jacto. Os ventos das correntes de jacto de Saturno são zonais, isto é, eles movem-se para leste ou para oeste em latitudes específicas.
A corrente de jacto das imagens está localizada a cerca de 42 graus de latitude norte, e está visível em Saturno desde a visita das sondas Voyager da NASA. Nessa altura, a corrente tinha uma aparência ondulante, semelhante a uma fita. Mas a atmosfera do planeta está sempre a mudar, e actualmente a corrente de jacto parece-se mais com uma linha.
A corrente de jacto da atmosfera de Saturno observada pela sonda Voyager 1, em 10 de Novembro de 1980, a mesma corrente que Cassini tem observado nos últimos anos, localizada a cerca de 42 graus de latitude norte - Crédito: NASA/JPL
Segundo Tony Del Genio, cientista do Goddard Institute for Space Studies da NASA, N.Y. e principal autor do artigo publicado, não se observou realmente a condensação de água, pois a maior parte desse processo ocorre a baixas altitudes, que não são visíveis para a sonda Cassini. No entanto, ocorre condensação em tempestades de médias latitudes em Saturno e na Terra. As tempestades no nosso planeta - os centros de baixa e alta pressão - são conduzidos principalmente pelo aquecimento do Sol e não ocorrem essencialmente por causa da condensação da água. Em Saturno, o aquecimento da condensação é o principal condutor das tempestades, e o aquecimento do sol não é importante.
Fonte: NASA
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