quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Hubble ajuda a descobrir a fonte de uma supernova na Grande Nuvem de Magalhães

Imagem do remanescente de supernova tipo Ia 0509-67,5, feita através da combinação de dados de dois observatórios da Nasa. O resultado mostra os tons suaves verde e azul do material aquecido ( a partir dos dados de raios-X), cercado pela concha rosa brilhante (dados ópticos), que mostra o gás ambiente sofrendo o impacto da onda de choque em expansão da supernova - Crédito: NASA, ESA, and B. Schaefer and A. Pagnotta (Louisiana State University, Baton Rouge); Image Credit: NASA, ESA, CXC, SAO, the Hubble Heritage Team (STScI/AURA), J. Hughes (Rutgers University)

Usando o Telescópio Espacial Hubble, os astrónomos resolveram um mistério de longa data sobre o tipo de estrela, ou o chamado progenitor, que originou uma supernova observada na galáxia Grande Nuvem de Magalhães.
Com base em observações anteriores de telescópios terrestres, os astrónomos já sabiam que um tipo de supernova tipo Ia tinha criado um remanescente chamado SNR 0.509-67,5, que fica a 170.000 anos-luz nessa galáxia vizinha, mas desconheciam o sistema estelar que a originou.
Teoricamente, esse tipo de explosão de supernova é causada por uma estrela que perde material para uma companheira anã branca, o remanescente de uma estrela compacta normal, que aumenta de massa até um limite superior e desencadeia uma das mais poderosas explosões no Universo.
As supernovas do tipo Ia libertam quantidades enormes de energia, em que a luz produzida é muitas vezes mais brilhante do que uma galáxia inteira de estrelas. O problema tem sido o de identificar o tipo de sistema estelar que desencadeia esse tipo de explosão. Muitas possibilidades têm sido sugeridas, mas a maioria exige que, após a explosão, reste uma estrela companheira perto da anã branca que explode.
Os astrónomos nunca conseguiram encontrar qualquer vestígio da estrela companheira perto do centro do remanescente, mesmo utilizando o Telescópio Espacial Hubble que tem sensibilidade para detectar o mais fraco resto de anã branca que poderia ter causado tais explosões. Assim, os cientistas concluiram que a explicação comum não se aplicava neste caso, embora ainda seja uma teoria viável para outras supernovas tipo Ia.
Para os astrónomos, a melhor explicação considera que o remanescente SNR 0.509-67,5 foi causado por duas estrelas anãs brancas que, orbitando em espiral cada vez mais perto, colidiram e explodiram numa supernova tipo Ia.
Os resultados são apresentados hoje na reunião da Sociedade Americana Astronómica, em Austin, no Texas. Um artigo sobre os resultados será publicado na edição de 12 de Janeiro da revista Nature.
Fonte: NASA / Hubblenews

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