segunda-feira, 28 de março de 2011

Novas evidências sobre o início do Sistema Solar

De acordo com a pesquisa publicada ontem, 27 de Março, na revista Nature Geoscience, as primeiras rochas do início da formação do Sistema Solar eram mais do tipo "algodão doce" do que as rochas compactas que se conhecem actualmente.

Os investigadores utilizaram uma amostra do meteorito Allende, um meteorito condrito carbonáceo dos mais primitivos, caído no México em 1969, perto da aldeia de Pueblito de Allende - Fonte: wikipédia

O trabalho, realizado por pesquisadores do Colégio Imperial de Londres e outras instituições internacionais, fornece a primeira evidência geológica sobre como se formaram as primeiras rochas, apoiando teorias anteriores já existentes e baseadas em modelos computacionais e experiências de laboratório.
O estudo fortalece a ideia de que o primeiro material sólido no sistema solar era frágil e extremamente poroso, muito parecido a algodão doce, e sugere que foi compactado em rochas rígidas, em períodos de turbulência, formando os blocos de construção que originaram planetas como a Terra.
Os cientistas acreditam que as primeiras rochas condrito carbonáceas foram moldadas pela nebulosa turbulenta inicial na qual viajaram durante milhões de anos, tal como os pequenos seixos são alterados pelas águas revoltas. A pesquisa sugere que a turbulência fez com que estas partículas primitivas se tornassem compactas e duras com o tempo para formar as primeiras minúsculas rochas.
No seu trabalho, os pesquisadores analisaram um fragmento de asteróide, conhecido como um meteorito condrito carbonáceo, o meteorito Allende, que veio do cinturão de asteróides entre Júpiter e Marte. Originalmente formou-se no início do Sistema Solar, quando partículas microscópicas de poeira colidiram umas com as outras e se agregaram, unindo-se em torno de partículas maiores em forma de grãos, designadas por chondrules, com cerca de um milímetro de tamanho.

Chondrules (grãos) do meteorito de Allende agregados por partículas microscópicas de poeira - Fonte imagem: wikipédia

A equipa de investigação usou uma técnica que permite estudar a orientação e a posição individual das partículas granulares micrométricas que se aglutinaram em torno dos chondrules. Eles descobriram que os grãos revestiram os chondrules num padrão uniforme, o que só poderia ocorrer se esta pequena pedra fosse submetida a choques no espaço, possivelmente durante esses períodos de turbulência.
A equipa também definiu um novo método para quantificar a quantidade de compressão que a rocha tinha experimentado e deduzir a frágil estrutura original da rocha.
Para o Dr. Phil Blan do Departamento de Ciências da Terra e Engenharia do Colégio Imperial de Londres e principal autor do estudo, "O que é interessante nesta abordagem é que nos permite - pela primeira vez - reconstruir de forma quantitativa a história da acreção e impacto dos materiais mais primitivos do Sistema Solar em grande detalhe. O nosso trabalho é mais um passo no processo, ajudando a perceber como se formaram os planetas e luas rochosas que fazem parte do nosso Sistema Solar".
Fonte: Science Daily

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