segunda-feira, 11 de março de 2013

Afinal não havia uma nova bactéria na Antárctida, era apenas contaminação

Estação Russa Vostok, próxima do lago com o mesmo nome, o maior da Antárctida - Crédito: wikimédia commons

Uma agência de notícias russa anunciou, a semana passada, que uma equipa de cientistas tinha encontrado no Lago Vostok da Antártida, isolado pelo gelo durante cerca de 15 milhões de anos, uma bactéria que parecia nova para a ciência.
Agora, Vladimir Koroliov, director do laboratório de genética do Instituto de Física Nuclear de San Petersburgo, diz que apenas foram detectados "microorganismos contaminantes". O especialista desmente, assim, as informações sobre a possibilidade de uma nova bactéria.
É opinião corrente que os cientistas russos se precipitaram na divulgação da notícia, ignorando a chamada revisão por pares (peer review), que é um processo científico a que todos os resultados devem ser submetidos antes da sua publicação, geralmente na forma de um artigo numa revista científica.
Na revisão por pares, o trabalho científico é submetido ao escrutínio de um ou mais especialistas do mesmo escalão que o autor, que frequentemente fazem comentários ou sugerem a edição do trabalho analisado, contribuindo para a sua qualidade. As publicações que não passaram pela revisão paritária tendem a ser menos consideradas pelos académicos e profissionais de várias áreas.
Segundo Peter Doran, pesquisador do Árctico e Antárctida, na Universidade de Illinois, em Chicago, "pode dizer-se o que se quiser num comunicado de imprensa". E acrescentou "a literatura de revisão por pares, pelo contrário, é muito controlada. Precisa ser fundamentada e escrita em linguagem clara."
Fonte: OurAmazingPlanet

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