quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Telescópio WISE da NASA encontra menos asteróides próximos da Terra (NEO) do que se pensava

O gráfico mostra as novas estimativas sobre a população de asteróides próximos da Terra, em diferentes categorias de tamanho, como resultado das observações do WISE no seu projecto NEOWISE. Foram observados objectos maiores que 100 metros de diâmetro, considerados de médio e grande tamanho. Cada imagem representa cerca de 100 objectos reais. Os asteróides próximos da Terra que já foram encontrados estão preenchidos e aparecem de cor castanha. Cada linha com imagens de contorno azul mostra o total de asteróides que se pensava existir antes da pesquisa NEOWISE. Os contornos verdes mostram as novas estimativas reduzidas com base nos dados do WISE - Crédito: NASA/JPL-Caltech

A NASA anunciou que o Observatório de Pesquisa Wide-field Infrared Survey Explorer (WISE) mostrou que o número de asteróides de tamanho médio próximos da Terra é significativamente menor do que se pensava. Os resultados indicam, ainda, que foram encontrados mais de 90% dos maiores asteróides próximos da Terra.
Agora, os astrónomos estimam que existam cerca de 19.500 - e não 35.000 - objectos de tamanho médio próximos da Terra, o que equivale a uma redução de cerca de 44%. Para os cientistas, esta compreensão mais correcta sobre as populações de asteróides pode indicar que o perigo para o nosso planeta é menor do que se pensava.
No entanto, a maioria destes asteróides de tamanho médio ainda estão por descobrir. É preciso pesquisar mais para determinar se menos objectos de tamanho médio, entre 100 e 1.000 metros, também significa menos asteróides potencialmente perigosos, aqueles que mais se aproximam da Terra.
Estes dados resultam do censo mais preciso realizado até agora sobre asteróides próximos da Terra, isto é, corpos rochosos que orbitam o espaço dentro de 195 milhões de Km, desde o Sol até à vizinhança da órbita terrestre. WISE observou, em luz infravermelha, corpos de médio e grande tamanho, no seu projecto de pesquisa de asteróides NEOWISE. Os resultados estão publicados na revista Astrophysical Journal.
As novas estimativas mais precisas, sobre o número total dos objectos em diferentes categorias de tamanho, devem-se à visão em infravermelho do WISE que permite ver objectos tanto escuros como luminosos. Os telescópios de luz visível têm dificuldade em ver a luz reflectida pelos corpos escuros. Os telescópios sensíveis ao infravermelho, como WISE, detectam o calor do objecto, que não depende tanto do seu tamanho ou propriedades reflexivas.

gráfico mostra como os telescópios de infravermelhos são mais adequados para encontrar pequenos asteróides escuros, do que os telescópios que detectam a luz visível. O topo do gráfico mostra como três asteróides do mesmo tamanho, mas diferentes composições, vão aparecer em luz visível. Um asteróide com uma superfície mais brilhante vê-se melhor que um asteróide escuro, apesar de serem do mesmo tamanho. O asteróide mais brilhante reflecte melhor a luz do Sol. A parte inferior da tabela mostra os mesmos três asteróides quando vistos em luz infravermelha. Parecem ter o mesmo brilho, independentemente do seu albedo. Os objectos com o mesmo tamanho irradiam a mesma quantidade de luz infravermelha, devido ao aquecimento pelo Sol. É mais fácil para um telescópio infravermelho ver um asteróide pequeno e escuro porque detecta o objecto pelo calor e não pela pouca luz que ele reflecte - Crédito: NASA/JPL-Caltech

Embora os dados do WISE revelarem apenas uma pequena diminuição nos números estimados para os maiores asteróides próximos da Terra, com 1 Km de largura ou mais, eles mostram que 93% da sua população estimada já foi encontrada.
Estes grandes asteróides são aproximadamente do tamanho de uma pequena montanha e teriam conseqüências globais se atingissem a Terra. Com os novos dados, os seus números totais são corrigidos de cerca de 1000 para 981, dos quais 911 já foram encontrados. Nenhum deles representa uma ameaça para a Terra nos próximos séculos. Acredita-se que todos os asteróides próximos à Terra com cerca de 10 km de diâmetro, tão grande quanto aquele que se pensa ter causado a extinção dos dinossáurios, foram encontrados.

A luz infravermelha permite determinar com mais precisão o tamanho dos asteróides. O topo do gráfico mostra três asteróides de diferentes tamanhos, vistos com brilho semelhante em luz visível. A superfície do asteróide reflecte a luz, de modo que um pequeno e muito reflexivo pode ser visto semelhante a um grande e escuro que reflecte pouca luz. Na parte inferior do gráfico, os asteróides são observados com infravermelho que detecta o calor que receberam do Sol e que é mais relacionado com o respectivo tamanho - Crédito: NASA/JPL-Caltech

"O risco de um asteróide realmente grande chocar com a Terra antes que o pudéssemos detectar e lançar o alerta foi substancialmente reduzido ", disse Tim Spahr, director do Minor Planet Center no Harvard Smithsonian Center for Astrophysics em Cambridge, Massachusetts.
A situação é diferente para os asteróides de tamanho médio, que podem destruir uma área metropolitana, se o impacto for numa área habitada. Os resultados do WISE mostram uma grande redução na população estimada para estes corpos, superior à que foi observada para os asteróides maiores.
Até agora, foram encontrados e estão a ser monitorados mais de 5.200 asteróides próximos da Terra, com 330 pés ou mais de diâmetro, estimando-se que ainda estejam por descobrir mais de 15.000. Além disso, os cientistas estimam que há mais de um milhão de asteróides menores desconhecidos perto da Terra, asteróides que podem causar danos se atingirem a Terra.
"NEOWISE foi precisamente o último programa que a NASA usou para encontrar vizinhos mais próximos da Terra ", disse Lindley Johnson, do Near Earth Object Observation Program, na NASA Headquarters, em Washington. "Os resultados complementaram os esforços dos observadores na superfície terrestre ao longo dos últimos 12 anos. Estes observadores continuarão a acompanhar estes objectos e a encontrar ainda mais."
Fonte: NASA

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