quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Descoberto o fóssil mais antigo do rinoceronte-lanudo

Investigadores chineses e americanos encontraram o fóssil mais antigo de um rinoceronte-lanudo, que pode ser o antepassado de todas as espécies conhecidas até agora, pois viveu há 3,6 milhões de anos, no Plioceno Medio.

Ilustração de Rinoceronte-lanudo Coelodonta antiquitatis, uma espécie extinta de rinoceronte nativa do norte das estepes da Eurásia , que viveu durante o Pleistoceno e sobreviveu ao último período glacial . Era um dos membros da megafauna do Pleistoceno. Eventualmente evoluiu a partir da espécie mais primitiva Coelodonta thibetana, encontrada na meseta tibetana, em 2007 - Fonte: wikipédia

Os restos fossilizados, um crânio completo e várias vértebras, foram localizados junto do Himalaya, local que devia ter um ambiente muito frio, embora o animal tenha vivido antes de começar a Grande Idade do Gelo do Pleistoceno (com início há 2,8 milhões de anos).
Segundo os paleontólogos, a descoberta deste fóssil sugere que os grandes herbívoros evoluiram antes do território ter ficado coberto de neve. Aconteceu com os rinocerontes, mas também com os mamutes-lanosos, as preguiças-gigantes ou os tigres-dentes-de-sabre, de que se conhecem muitos fósseis, mas não se sabe donde vieram e como se adaptaram a um ambiente com temperaturas abaixo de zero.
A nova espécie ficou com o nome científico de "Coelodonta thibetana", em homenagem ao local onde apareceu, em 2007. Este rinoceronte-lanudo não foi o primeiro a ser descoberto, mas é o mais primitivo. Antes dele já eram conhecidas outras três espécies todas elas extintas.
No estudo publicado na revista Science, os cientistas salientam as adaptações do animal ao ambiente com neve, como o chifre que usava para remexer a neve à procura de alimento. Para além disso, tinha o corpo coberto por uma camada densa de pêlos, que o ajudava a conservar o calor do corpo. Mesmo assim, pensa-se que viveu num clima mais ameno do que o da Idade do Gelo, quando todos os continentes do hemisfério norte ficaram cobertos de gelo.
Os cientistas acreditam que o rinoceronte "Coelodonta thibetana" se adaptou de tal maneira ao frio que, quando chegou a Idade do Gelo, a espécie desceu das montanhas até às planícies e as suas populações se dispersaram por toda a Eurásia, diversificando-se noutras espécies, de que se conhecem apenas os seus fósseis: 'C.nihowanensis', 'C. antiquitais' e 'C. tologoihensis'.

Pequeno rinoceronte-de-Sumatra, parente próximo do primitivo rinoceronte-lanudo Coelodonta thibetana, que se extinguiu há cerca de 10.000 anos, sobretudo devido a condições relacionadas com o clima - Fonte: wikipédia

Juntamente com o rinoceronte-lanudo foram encontrados muitos outros animais e até 23 tipos diferentes de mamíferos, até agora procurados apenas nas tundras ou estepes (ainda não publicados).
Os investigadores acreditam que os rigorosos invernos na meseta tibetana contribuiram para um primeiro passo evolutivo que fez surgir a gigantesca fauna do Pleistoceno na Eurásia e Norteamérica. Para eles, a descoberta explica a origem do rinoceronte lanudo, e talvez de outras grandes espécies que já não existem e que podem ter surgido no Himalaia, durante o Plioceno.
Fonte: El Mundo.es

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