domingo, 21 de agosto de 2011

Detecção da manchas solares antes de surgirem à superfície pode melhorar os avisos de tempestades solares

Os cientistas descobriram uma maneira de detectar regiões activas do Sol, abaixo da superfície solar, antes de emergirem na superfície da nossa estrela, sob a forma de manchas solares.

Imagem de uma mancha solar, uma área escura na superfície do Sol, um pouco mais fria e menos luminosa do que a zona à volta. A mancha é criada pelo campo magnético solar e pode ser maior do que a Terra. Normalmente, dura apenas alguns dias. A imagem de alta resolução também mostra claramente que o Sol apresenta um mar borbulhante de células de gás quente, conhecidas por grânulos. Um grânulo solar tem cerca de 1000 quilómetros de diâmetro e dura cerca de 10 minutos. Muitos grânulos acabam explodindo - Fonte: wikipédia

Utilizando observações passadas e recentes do Observatório Solar Dinâmico (SDO) e do Observatório Solar e Heliosférico (SOHO, uma missão conjunta da NASA e da Agência Espacial Europeia, o professor Stathis Ilonidis e a sua equipa, da Universidade de Standford (California), conseguiram detectar sinais da formação de manchas solares emergentes antes de atingirem a superfície do Sol. A nova técnica para detectar estas regiões dinâmicas profundas mede as ondas acústicas abaixo da superfície do Sol e pode ajudar os cientistas a melhorar a previsão do tempo espacial e de tempestades solares potencialmente perigosas.
Os cientistas examinaram as ondas sonoras e as vibrações geradas pelo movimento turbulento do plasma no interior do Sol. Esta técnica, chamada heliosismologia, é semelhante à usada pelos cientistas para estudar os eventos sísmicos, como terramotos na Terra.
As manchas solares são manchas escuras temporárias, que podem atingir dimensões superiores ao nosso planeta, causadas por intensa actividade magnética e, por vezes, entram em erupção na forma de tempestades solares que libertam uma corrente de partículas carregadas para o espaço.

Erupção solar acompanhada por uma espectacular ejecção de massa coronal (CME), em 7 de Junho de 2011, a partir das manchas solares 1226-1227 - Crédito: NASA/SDO

Tempestades solares mais poderosas, ao atingir o campo magnético da Terra, originam auroras mas também podem causar estragos nos satélites de comunicação ou danificar as redes de energia, assim como colocar em risco a vida dos astronautas.
O número e a frequência das manchas solares são indicadores da actividade solar, que apresenta um ciclo de aproximadamente 11 anos. Normalmente, o Sol leva 5,5 anos a passar de um mínimo solar, quando há poucas manchas solares, para um máximo solar, quando há mais manchas solares e maior actividade solar. Actualmente, o Sol caminha para um máximo solar, sendo previsível um aumento da sua actividade e também de tempestades solares.
O estudo, publicado na revista Science, indica que os campos magnéticos emergentes relativos à actividade solar provocam manchas solares um ou dois dias depois de ser inicialmente detectados. É a primeira vez que se consegue detectar as manchas solares antes de aparecerem na superfície. Para os cientistas, o novo método é importante para monitorar a actividade solar e prever tempestades solares, essencial para uma melhor previsão do tempo espacial e dos seus efeitos na Terra.
Fonte: LiveScience

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