segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Rússia adia missão tripulada para a Estação Espacial Internacional

A Agência Espacial Russa adiou o lançamento do próximo voo tripulado para a Estação Espacial Internacional. Inicialmente previsto para 22 de Setembro, uma nova missão tripulada não deverá acontecer antes do final de Outubro ou início de Novembro, em consequência do acidente que destruiu a nave de carga Progress, a semana passada.

Imagem da Estação Espacial Internacional com a nave de carga europeia ATV Johannes Kepler e o vaivém espacial Endeavour, obtida pelo astronauta Paolo Nespoli a partir da nave Soyuz TMA-20, depois da sua partida, em 24 de maio de 2011 - Crédito: NASA/ESA

Neste voo tripulado estava previsto o transporte, até à ISS, dos astronautas russos Anton Chkaplerov e Anatoli Ivanichin, assim como o americano Dan Burbank, para substituir os astronautas da Expedição 28 - os russos Andrei Borisenko e Alexandre Samokutiaiev e o americano Ronald Gara, cujo regresso à Terra deveria acontecer a 8 de Setembro, mas que também foi adiado até 16 de Setembro.
Enquanto se procura o que resta da nave Progress, depois da falha de motor do foguetão de lançamento Soyuz, e os técnicos tentam descobrir as causas do desastre, discute-se a possibilidade de deixar a estação sem tripulantes, se o problema não for resolvido a tempo, antes da saída dos últimos três astronautas da ISS, em 16 de Novembro.
A ISS funciona como um laboratório de investigação e é tripulada há mais de uma década, desde Novembro de 2000. Depois da NASA suspender os vaivéns espaciais, ficou dependente das naves russas para a sua manutenção.
A ISS é um projecto internacional no qual participam 16 países e, após o acidente, as agências espaciais terão que reestruturar a logística do laboratório orbital, no qual vivem actualmente seis tripulantes.
A Nasa está a estudar diferentes cenários e aponta-se inclusive a possibilidade de reduzir as quantidades de comida dos astronautas, caso haja dificuldade no transporte de abastecimentos. No entanto, isso é considerado pouco provável depois da carga levada pelo Atlantis em Julho.
Com o fim dos vaivéns, a NASA ficou sem transporte próprio para a ISS. São as naves espaciais russas que realizam várias viagens para levar oxigénio, combustível, alimentos e diversos equipamentos.
"Vamos fazer o que for mais seguro para a tripulação e para a estação espacial", que poderia ser operada temporariamente a partir do solo , disse hoje o director do programa da ISS da NASA, Mike Suffredini, numa conferência de imprensa.
De acordo com Suffredini, se a falha não for resolvida antes de 16 de Novembro e não for possível viajar com segurança para a ISS, a estação espacial ficará temporariamente sem tripulação.
A estação espacial actualmente tem duas naves Soyuz ancoradas, como medida de segurança no caso da tripulação precisar ser evacuada em situação de emergência. Mas, estas naves Soyuz são projectadas para passarem um máximo de seis meses ancoradas na estação, daí que o regresso dos últimos astronautas não pode ultrapassar 16 de Novembro.
A Rússia já tinha suspendido na quinta-feira (25) o lançamento de foguetões Soyuz, até serem esclarecidas as causas do acidente. Os foguetões de lançamento das naves de carga Progress e das naves espaciais tripuladas Soyuz têm o mesmo tipo de motor, por isso é essencial saber o que correu mal antes de enviar seres humanos ao espaço.
Fonte: El Mundo.es  /  ÚltimoSegundo (actualizado 21h 24 min)

Link relacionado:
Queda de nave Progress mostra crise no sector

Sem comentários: