quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Doença dos seres humanos mata corais nas Caraíbas

Uma equipa de pesquisadores identificou um micróbio patogénico, presente nos esgotos humanos, como o responsável pela doença white pox que está a devastar as populações de corais elkhorn (Acropora palmata) nas Caraíbas.
Os cientistas verificaram que a bactéria Serratia marcescens nos corais é a mesma dos esgotos de Florida Keys.

Coral elkhorn com a doença white pox, no recife Molasses, em Florida Keys, em Março de 2008. Quando a bactéria Serratia marcescens infecta o coral, como neste caso, destrói o tecido superior do coral, revelando o esqueleto calcário branco por baixo - Fonte: wikipédia

Dado que eram os corais mais comuns nas Caraíbas, os corais elkhorn entraram para a lista de espécies ameaçadas sob protecção dos Estados Unidos, em 2006, sobretudo devido à doença de white pox. No entanto, o aumento da temperatura do mar e a acidificação dos oceanos também têm contribuído para o desaparecimento deste coral.
A bactéria Serratia marcescens causa lesões na superfície das colónias infectadas, levando à morte dos corais. Nos seres humanos, a bactéria está associada a infecções hospitalares, provocando infecções respiratórias e urinárias, pneumonia e meningite.
Kathryn Sutherland, do Rollins College e autora do estudo publicado hoje no periódico científico Plos One, e mais dois colegas já tinham descoberto, em 2002, que a bactéria era responsável pela morte dos corais. Foram feitas várias análises para determinar a origem da Serratia marcescens. As análises genéticas mostraram que apenas a cepa do esgoto humano corresponde à cepa encontrada nos corais doentes do recife.
Para se certificar, os pesquisadores introduziram em corais saudáveis a cepa da bactéria encontrada em seres humanos. Em apenas 5 dias, os corais apresentaram a white pox, confirmando a origem da doença nos corais.

Coral elkhorn das Caraíbas saudável - Fonte: wikipédia

"As bactérias dos seres humanos matam os corais - que é a má notícia", disse James W. Porter, Professor de Ecologia que participou no estudo, da Universidade da Georgia. "Mas a boa notícia é que podemos resolver este problema com instalações de tratamento de águas residuais. Este problema não é como os furacões, que não podemos controlar. Podemos fazer algo sobre este", disse ele.
Fonte: ScienceDaily  /  ÚltimoSegundo

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