quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Muitos asteróides podem ter criado aminoácidos essenciais à vida na Terra

Segundo uma nova pesquisa da NASA, muitos mais asteróides do que se pensava são capazes de criar o tipo de aminoácidos utilizados pela vida na Terra.
Os aminoácidos são utilizados para produzir as proteínas, os materiais de construção do nosso corpo, e para acelerar ou regular as reacções químicas.
Os aminoácidos, com exceção da glicina, podem existir em duas formas geometricamente opostas denominadas enantiómeros. Esta propriedade constitui a chamada 'quiralidade' (do grego chiros -'mão'), pois as duas formas diferem uma da outra em termos de orientação espacial, da mesma forma que a mão esquerda difere da mão direita. A vida na Terra utiliza exclusivamente a forma "esquerda" (forma L) dos aminoácidos. Os cientistas tentam descobrir porque a vida terrestre favoreceu os aminoácidos da forma "esquerda".

As mãos ilustram a duas formas (esquerda e direita) do aminoácido isovaline

Em março de 2009, os pesquisadores da NASA anunciaram a descoberta de um excesso da forma "esquerda"do aminoácido isovaline, nas amostras de meteoritos que vieram de asteróides ricos em carbono.
A descoberta sugere que a forma "esquerda" da vida tenha começado no espaço,  onde as condições dos asteróides favoreceram a criação dessa forma dos aminoácidos. Os impactos dos meteoritos podem ter trazido para a Terra o material enriquecido com moléculas da forma "esquerda", que foi sendo incorporado pelas formas de vida emergentes, perpetuando a utilização das formas "esquerdas" dos aminoácidos.

Meteorito rico em carbono utilizado no estudo

Na nova pesquisa, publicada online na revista Meteoritics and Planetary Science, em 17 de Janeiro, a equipa relata que encontrou a forma "esquerda" do isovaline (L isovaline) numa variedade muito maior de meteoritos ricos em carbono, durante mais de dez anos de trabalho. Para os responsáveis, existe algo nos asteróides que favorece a criação da forma "esquerda" dos aminoácidos.
Os cientistas encontraram excesso de L isovaline mais particularmente na água dos meteoritos CM1 e CR1, o que parece ser mais comum do que os pesquisadores pensavam anteriormente. A questão agora é saber o que cria esse maior número de aminoácidos do tipo L.
Fonte: NASA

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