segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Nebulosa de reflexão Messier 78

Messier 78 é uma nebulosa de reflexão. A radiação ultravioleta emitida pelas estrelas que a iluminam não é suficientemente intensa para ionizar o gás e fazê-lo brilhar - as partículas de poeira refletem simplesmente a radiação estelar que as atinge. Apesar disso, Messier 78 pode ser facilmente observada com um pequeno telescópio, uma vez que é uma das nebulosas de reflexão mais brilhantes no céu. Situa-se a cerca de 1600 anos-luz de distância na constelação de Orion, podendo ser encontrada a nordeste da estrela mais a este do cinturão de Orion.

Nebulosa de reflexão Messier 78 - Crédito: ESO and Igor Chekalin

A imagem foi obtida pelo telescópio MPG/ESO de 2.2 metros instalado no Observatório de La Silla, com base nos dados selecionados por Igor Chekalin, que ganhou o concurso de astrofotografia Tesouros Escondidos do ESO 2010 com a foto deste objecto.

O matiz azul observado na imagem é uma representação muito precisa da cor dominante na nebulosa. Tons de azul são frequentemente observados em nebulosas de reflexão devido ao modo como a radiação estelar é dispersada pelas pequeníssimas partículas de poeira aí contidas: o menor comprimento de onda da radiação azul é dispersado de maneira mais eficiente do que o maior comprimento de onda da radiação vermelha.
Uma espessa banda de poeira estende-se ao longo de toda a imagem, desde o canto superior esquerdo até ao canto inferior direito, obscurecendo assim a radiação emitida pelas estrelas de fundo. No canto inferior direito são visíveis muitas estruturas estranhas cor de rosa, que são criadas por jatos de matéria lançados por estrelas formadas recentemente e que ainda se encontram completamente envolvidas em nuvens de poeira.
Duas estrelas brilhantes, HD 38563A e HD38563B, são as principais forças motoras por trás de Messier 78. No entanto, a nebulosa alberga muitas mais estrelas, incluindo uma coleção de cerca de 45 estrelas jovens de pequena massa (com menos de 10 milhões de anos), nas quais os núcleos ainda se encontram demasiadamente frios para se dar início à fusão do hidrogénio, as chamadas estrelas T Tauri. O estudo das estrelas T Tauri torna-se importante no sentido de compreender as fases iniciais da formação estelar, incluindo a formação de sistemas planetários.
Fonte: ESO

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